Álcool e Envelhecimento: Impactos do alcoolismo em idosos
10/02/2023
O álcool é a substância mais consumida entre os adultos com 65 anos ou mais e, infelizmente, o alcoolismo é uma doença grave que ainda afeta muitos idosos.
No Brasil, cerca de 10% dos idosos consomem álcool diariamente – fator relevante para que uma pessoa seja considerada alcoólatra.
Além disso, alguns estudos indicam que o consumo excessivo de álcool entre os idosos aumentou nos últimos anos consideravelmente.
Como o álcool afeta idosos conforme envelhecem?
Há uma série de efeitos do álcool no corpo e na mente que podem mudar com a idade. Entre eles estão:
- Maior tolerância ao álcool;
- Desidratação;
- Problemas de saúde;
- Interações com medicamentos;
- Risco de DSTs.
Entenda um pouco mais sobre cada um desses perigos:
Maior tolerância ao álcool
As pessoas podem se tornar mais sensíveis aos efeitos do álcool por vários motivos.
À medida que as pessoas envelhecem, elas passam a ter atividade reduzida de uma enzima que decompõe o álcool. Declínios na atividade dessa enzima – chamada álcool desidrogenase – podem levar a níveis relativamente elevados de álcool na corrente sanguínea por um longo período de tempo.
Ao mesmo tempo, o declínio da massa corporal magra em adultos mais velhos pode resultar em picos de concentração de álcool no sangue mais altos do que os mais jovens podem experimentar após consumir apenas algumas doses ou drinks.
Os adultos mais velhos podem ter maior probabilidade de apresentar problemas de equilíbrio depois de beber, o que pode aumentar a probabilidade de quedas ou outros acidentes.
Desidratação
Os adultos mais velhos podem estar em risco particular de desidratação. Isso ocorre, em parte, porque à medida que as pessoas envelhecem, a sensação de sede diminui, a função renal diminui, a massa corporal muda e o equilíbrio de água e sódio no corpo muda.
Um estudo que analisou a correlação entre desidratação e quedas entre a população idosa constatou que quase 38% dos mais de 30.000 participantes estavam desidratados.
Outro estudo descobriu que cerca de 4 em cada 10 idosos internados em hospitais apresentam sinais de desidratação.
Potencialmente agravando esses problemas está o fato de que o álcool pode resultar em micção mais frequente, o que, por sua vez, pode levar à desidratação.
Aumento de problemas de saúde
O consumo excessivo de álcool pode exacerbar outros problemas de saúde que os adultos mais velhos geralmente experimentam. As condições de saúde potencialmente pioradas com o consumo excessivo de álcool incluem:
- Diabetes;
- Pressão alta;
- Insuficiência cardíaca congestiva;
- Problemas hepáticos;
- Osteoporose;
- Problemas de memória;
- Transtornos de Humor.
Problemas de interação com medicamentos
Muitas prescrições, medicamentos de venda livre e até mesmo alguns remédios fitoterápicos podem não se misturar bem com o álcool.
Na verdade, quando tomados com álcool, alguns medicamentos podem se tornar perigosos ou até mortais. Como muitos idosos tomam medicamentos (mais de 90% dos idosos, na verdade) para controlar condições crônicas de saúde, um dos maiores riscos à saúde entre os idosos é a mistura de medicamentos e álcool.
Um estudo descobriu que 1 em cada 5 alcoólatras idosos tomava medicamentos que poderiam ter interações negativas com o álcool. Desse modo, o álcool pode tornar alguns medicamentos ineficazes, intensificar certos efeitos colaterais e aumentar a toxicidade do medicamento em alguns casos.
Alguns medicamentos que podem interagir perigosamente com o álcool incluem:
- Aspirina;
- Paracetamol;
- Remédio para resfriado e alergia;
- Xaropes em geral;
- Remédios para dormir;
- Medicação para dor;
- Estabilizadores de humor e medicamentos ansiolíticos;
- Antidepressivos e antipsicóticos;
- Remédios à base de ervas (como kava-kava, erva de São João, camomila, valeriana e lavanda).
Aumento do risco de contrair DSTs
Um problema crescente entre os idosos é a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), especialmente entre aqueles que vivem em comunidades de idosos.
As taxas de diagnóstico de herpes simples, gonorreia, sífilis, hepatite B, tricomoníase e clamídia aumentaram significativamente de 2015 a 2019, afetando milhares de adultos com 65 anos ou mais.
Com o acréscimo de álcool de álcool nesse contexto, as inibições diminuem e os problemas podem ser ainda mais graves.
Desse modo, a forma mais eficaz de combater o alcoolismo em idosos é garantir acesso a tratamentos eficazes e que respeitem o organismo e as condições subjacentes de cada um.
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